PIB do Maranhão deve crescer 4% em 2019 de acordo com Boletim

Divulgado nesta semana, o Boletim de Conjuntura Econômica Maranhense, referente ao quarto trimestre do ano passado, aponta estimativa de crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. Para 2019, o Boletim aponta uma estimativa de crescimento de 4%.

Além do monitoramento do PIB maranhense, o Boletim de Conjuntura analisa cenários da economia local, nacional e internacional, além dos principais indicadores. O documento pode ser acessado aqui.

Coordenado pelo economista e presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), Felipe de Holanda, o Grupo de Conjuntura Econômica avalia que o Maranhão e outros estados poderão ter redução significativa de recursos oriundos das Transferências Constitucionais, em razão da política tributária defendida pela equipe econômica do Governo Bolsonaro.

“Continuamos preocupados com propostas de reforma tributária defendidas por membros da equipe de Paulo Guedes, que poderão retirar ainda mais recursos dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios, contribuindo para o agravamento adicional da questão regional brasileira”, avalia Felipe de Holanda.

No monitoramento da atividade econômica do último trimestre de 2018, o estudo mostra que apesar da continuidade da melhoria nas condições de oferta de crédito, baixa inflação, taxas básicas de juros reduzidas, o país permanece com baixo volume de investimentos, especialmente naqueles que têm impactos na geração de empregos.

Crescimento maranhense

Felipe de Holanda explica que uma possível nova supersafra da agricultura maranhense, além dos impactos da construção do Porto de São Luís, e dos novos investimentos na geração de energia apontam para o crescimento de 4% da economia estadual em 2019. “Importante observar que colaboram para o crescimento do Estado, os investimentos e custeio com a continuidade de obras rodoviárias, de escolas e hospitais, com impactos também na contratação de pessoal”.

Cenário Nacional

Com denúncias envolvendo o filho senador, desempenho ruim no Fórum Mundial de Davos e Reforma da Previdência fora das prioridades do governo, a equipe econômica do Imesc avalia que o presidente Bolsonaro gera incertezas, sobretudo entre grandes investidores internacionais.

“É particularmente preocupante, para estes investidores, que as pressões, dentro do próprio Governo, para retirar da reforma grandes corporações do funcionalismo público, a exemplo de militares e membros do Judiciário. Isso poderá esvaziar os impactos fiscais da Reforma”, explica o presidente do Imesc.

Reflexos da Conjuntura Internacional

O Boletim de Conjuntura Econômica do Imesc também avalia os impactos da política e economia externas para o Brasil e o Maranhão. Entre os destaques, o documento aponta que as relações entre Estados Unidos e China vão deteriorar ao longo de 2019. Guerra comercial e quadro de crescente disputa pela hegemonia econômica e tecnológica entre as duas grandes potências econômicas e seus aliados, estão entre os principais pontos de atenção.

“A recorrência de crises humanitárias e tensões geopolíticas, com o avanço da extrema direita em vários países europeus, além de crise migratória às portas dos EUA e o agravamento das tensões na Venezuela, contribuem para a ampliação de incertezas, a piora do ânimo para investir, com repercussões sobre o crescimento econômico já observadas na China e em vários de seus fornecedores de matérias primas”, conclui Felipe de Holanda.

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