Professores e estudantes do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) estão realizando uma pesquisa que testa o nível de inclusão de torta de babaçu na dieta de caprinos de corte. A proposta é reduzir os custos da ração com uma dieta equilibrada que possibilite melhorar a qualidade da carne desses animais.
A pesquisa está sendo desenvolvida entre o IFMA Campus São Luís-Maracanã, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuárias (Embrapa Cocais) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Essa é a primeira vez que a torta de babaçu está sendo testada na dieta de caprinos no Maranhão.
A coordenação da pesquisa é do professor do IFMA, Cutrim Júnior, e do pesquisador da Embrapa Cocais, Joaquim Costa, com colaboração do professor Danilo Brito, do IFMA Campus São Luís-Maracanã e dos estudantes do Campus.
Segundo os pesquisadores, a demanda surgiu a partir de uma necessidade dos trabalhadores da Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (COPPALJ) que trabalham com o coco babaçu e queriam produzir uma ração comercial para caprinos que pudesse ser vendida na região e, assim, aumentasse a renda familiar.
Os pesquisadores tentam aproveitar a torta de babaçu (coproduto do beneficiamento do babaçu) para a produção de óleo. A proposta é fomentar a cadeia de consumo de carne caprina no Estado por meio de uma dieta à base de um produto regional em abundância, pois reduz os custos na parte nutricional. De acordo com os pesquisadores, a dieta dos animais é a que possui os gastos maiores.
“Antes os produtores vendiam a torta in natura (sem a introdução de outros ingredientes apropriados para a ração), assim não era uma dieta equilibrada, pois não supria as necessidades nutricionais do animal. É nessa fase que entra a nossa pesquisa, pois estamos testando a introdução da torta de babaçu em níveis diferentes. A pergunta norteadora do trabalho era o quanto de torta deveríamos usar nessa dieta para que os caprinos ganhassem peso”, explicou o professor Cutrim Júnior.
O professor Cutrim Júnior também explica a relevância desse trabalho junto à comunidade que poderá ser beneficiada.
“O grande trunfo dessa pesquisa é o impacto que ela pode ter em uma comunidade que usa a torta de babaçu de forma rústica e que agora pode usar a torta de forma mais direcionada a partir da inclusão de uma dieta balanceada e testada que pode fazer com que as vendas dessa ração aumentem, trazendo mais rentabilidade para aquela cooperativa. A venda desse produto pela cooperativa vai agregar valor à torta e vai gerar mais recurso para a cooperativa”, avaliou o professor.
A fase de campo da pesquisa deve durar 77 dias e será finalizada com o corte dos animais. Em seguida, a pesquisa seguirá para a parte laboratorial, momento em que serão analisados o material consumido para verificação do valor nutricional das sobras, a digestibilidade dos animais, a análise da carne e da carcaça.