Nossas avós sempre diziam: é melhor prevenir do que remediar. É por isso que a Academia Internacional de Astronáutica realizou, na última semana, a Conferência de Defesa Planetária de 2019. Como falamos aqui na SUPER, nesse evento foi feito um exercício que simulou os efeitos de um possível impacto de asteroide com o planeta. E já temos os resultados.
A ideia de um asteroide se chocando com a Terra pode parecer coisa de ficção científica, mas não. A questão não é se vai haver um choque terrível, mas quando. Pode ser num futuro absurdamente distante, pode ser daqui a alguns anos. Para evitar o caos que um evento desses provocaria, diversas agências espaciais – incluindo a Nasa – fazem simulações como essa de tempos em tempos. As mais recentes ocorreram em 2013, 2015 e 2017.
Desta vez, o cenário começou com um alerta: um asteroide de 100 a 300 metros de diâmetro se aproxima e tem 1% de chance de atingir a Terra em 2027. Durante os cinco dias que durou a conferência, astrônomos, engenheiros e especialistas tiveram que tomar decisões na medida em que recebiam novas informações sobre a suposta ameaça.
Apesar de ser uma das simulações mais realistas já feitas, é bom lembrar que tudo isso não passa de um exercício, claro. Vamos a ela.
O cenário
Em 2021, de acordo com a simulação, a NASA envia uma sonda para examinar o objeto de perto. Os cientistas confirmam que o asteroide segue em direção a Denver e irá destruir a cidade. As agências espaciais decidem construir seis sondas para alterar sua trajetória.
As sondas demoraram alguns anos para serem construídas e foram lançadas em 2024. Três delas atingiram o asteroide com sucesso, mas um fragmento de 60 metros se soltou da pedra e continuou a se deslocar em direção a Terra, dessa vez para o leste dos Estados Unidos.
Washington considerou enviar uma bomba nuclear para desviar o que sobrou do asteroide, mas a ideia foi deixada de lado devido desacordos políticos.
Faltando seis meses para o impacto, especialistas previam que ele seguiria para a região de Nova Iorque. Faltando dois meses, foi confirmado que ele destruiria a cidade.
O momento mais difícil da simulação foi o planejamento da evacuação. O asteroide entraria na atmosfera a 69 mil km/h e explodiria 15 km acima do Central Park. A energia da explosão é mil vezes maior que a bomba nuclear de Hiroshima. Não havia alternativa senão remover os 10 milhões de habitantes da cidade.
Diversas questões surgiram para os cientistas. Quem iria pagar pela evacuação, onde a população seria abrigada, como ela reagiria e de que modo seria possível preservar artefatos importantes da cidade.
O objetivo das simulações é justamente levantar esses tipos de perguntas. Dessa forma, as autoridades podem estar melhor preparadas para o caso de uma emergência. Em 2021 a conferência ocorrerá em Viena, na Áustria, e será a vez da Europa ser alvo do asteroide.