O candidato do PPL à Presidência, João Goulart Filho, afirmou em entrevista ao G1 e à CBN nesta sexta-feira (14) que, se eleito, vai dobrar o salário mínimo em quatro anos. “Nós pretendemos [alta] de 20% no primeiro ano. De R$ 974 hoje para R$ 1.180. E isso é uma necessidade. Você só distribui renda em qualquer país do mundo através do poder aquisitivo do salário.”
Questionado se isso não oneraria a Previdência, ele respondeu que sim. “Um aumento de 20% daria uma oneração de R$ 66 bilhões por ano. Nós drenamos da nossa economia R$ 380 bilhões de juros do serviço da dívida pública. Nós temos que reduzir o juro da taxa Selic para deixar de drenar esse montante, para termos recursos para nossa educação, para nossa saúde, para nossa Previdência.”
Ele também disse que manteria o subsídio ao diesel criado pelo governo Temer para acabar com a greve dos caminhoneiros que parou o país em maio. “Acho que sim, porque nós precisamos do transporte de cargas até nós gerarmos matrizes [energéticas] diferentes. Temos que impedir o país de parar novamente. Evidentemente que são medidas emergenciais que temos que manter”, disse o candidato.
Uma medida provisória de Temer criou um subsídio de até R$ 0,30 por litro do diesel, para tentar garantir um desconto de R$ 0,46 no litro. Esse incentivo é válido até 31 de dezembro deste ano e custará R$ 9,58 bilhões aos cofres públicos.

João Goulart Filho foi o sétimo presidenciável a participar da série de entrevistas do G1 e da CBN com os candidatos à Presidência. Os presidenciáveis são entrevistados pelos jornalistas Cláudia Croitor e Renato Franzini, do G1, Milton Jung e Cássia Godoy, da CBN, e pelo comentarista Gerson Camarotti, do G1 e da CBN.
Com 61 anos, o candidato é filho do ex-presidente João Goulart, deposto pelo golpe militar de 1964. Goulart Filho foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul (1983-1986) e deputado distrital suplente (2010-2014). Formado em filosofia, fundou um instituto em homenagem ao pai e disputará a Presidência pela primeira vez. Ele é autor do livro “Jango e Eu: Memórias de um exílio sem volta”.
Reforma do Judiciário
Goulart também disse na entrevista que “não é possível é que tenha o Judiciário que não tenha mandatos”. Atualmente, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) possuem cargo vitalício e se aposentam compulsoriamente ao completar 75 anos.
“Por que não pode ter mandato definido? Senão, a gente cria verdadeiros ninhos nas cadeiras dos ministros, ninhos que vão se perpetuar até ele sair da Alta Corte. Tem causas no Supremo que têm mais de 10 anos tramitando com o mesmo ministro. Isso para nossa soberania é ruim, acho que também deveríamos colocar mandatos dentro dessa visão de modernizar o nosso Judiciário”, disse ele.
Goulart Filho afirmou ainda que a proposta teria que ser discutida com a população. “Teria que ter um sistema de indicação eleitoral, que se discuta isso no Ministério Público, que seja voto e com mandatos definidos.”
Pinga-fogo
É a favor do financiamento exclusivamente público de campanha?
Não
É a favor do imposto sobre grandes fortunas?
Sim
O sr é a favor de Parcerias Público Privadas?
Depende da onde.
Vai rever o teto de gastos?
Sim
É favorável à taxação de igrejas?
Sim
Vai dar um calote na dívida externa?
Não
Forças Armadas devem ser usadas para ações internas de segurança pública?
Não
Pretende diminuir o número de ministérios?
Não
Vai limitar a entrada de venezuelanos?
Não
Vai legalizar a maconha?
Não