O médium João de Deus prestou depoimento ao Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesta quarta-feira (26). De acordo com o advogado da defesa Alberto Toron, o médium afirmou que não se lembrava de nenhuma das vítimas e negou os crimes de abuso sexual.
“Os promotores agiram com correção no depoimento, foi importante e esclarecedor, já que ele respondeu a todas as perguntas. Ele disse que não se lembrava de quem eram as vítimas, ressaltou que atendida muitas pessoas e que era impossível lembrar pelo nome, até porque não foi mostrada nenhuma foto”, afirmou Toron, em entrevista ao G1.
O advogado também informou que João de Deus foi questionado apenas sobre três casos de abuso sexual. No entanto, o MP já recebeu mais de 600 denúncias de mulheres que dizem ter sido vítimas do médium.
Após as denúncias virem à público, os promotores iniciaram uma força-tarefa para investigar o caso. Até então, 78 mulheres já foram ouvidas pelas autoridades.
João de Deus está preso desde 16 de dezembro, após se entregar à Polícia Civil. Ele é investigado por crimes de abusos sexuais e teve um segundo mandado de prisão deferido por posse ilegal de arma de fogo.
O caso
As denúncias começaram a vir a público na última sexta-feira (7), quando o programa Conversa com Bial, da TV Globo, divulgou os primeiros depoimentos. A partir daí, outras mulheres que afirmam ser vítimas do médium procuraram as autoridades e a imprensa.
As denúncias que chegaram à imprensa revelam que João de Deus seguia um padrão ao cometer os abusos. As vítimas afirmam que o médium dizia que elas deveriam passar por um atendimento especial, em local privado, e os abusos eram justificados como “limpeza espiritual”.