Após dispararem no ano passado, as denúncias de golpes financeiros contra aposentados e pensionistas do INSS tiveram queda de 29% no primeiro semestre de 2018, segundo dados da Ouvidoria Previdenciária.
Entre janeiro e junho, o órgão recebeu 461 queixas. No mesmo período de 2017, a Ouvidoria havia registrado 649 relatos de beneficiários que se disseram vítimas de estelionatários.
O recuo nas denúncias em 2018 pode ser reflexo do aumento fora do comum ocorrido no ano anterior. Na comparação entre os primeiros semestres de 2016 e de 2017, as reclamações à Ouvidoria cresceram 84%, passando de 353 para 649.
Os números devem ser observados com cautela, avalia a presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriane Bramante. Ela explica que a quantidade de golpes informados é pequena perto do total de beneficiários e, por isso, pode não representar efetiva redução nas fraudes.
“Os golpes continuam sendo aplicados”, afirma Adriane. “A redução das denúncias pode significar desconhecimento da população sobre o canal [Ouvidoria] ou descrença em relação à solução do problema”, diz.
O Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo INSS, recomenda aos segurados não repassarem nenhum tipo de informação pessoal ou dados previdenciários a pessoas ou empresas desconhecidas.
Caso tenha dúvidas sobre o benefício, o segurado deve procurar as agências da Previdência ou ligar para o 135.
Caso já tenha sido vítima de algum intermediário, a recomendação do órgão ao beneficiário é que ele cadastre uma manifestação na Coordenação Geral da Ouvidoria Previdenciária e relate o ocorrido, informando detalhes. A reclamação pode ser registrada pelo telefone 135, escolhendo a opção “ouvidoria”, ou por meio do site do INSS (inss.gov.br).
FRAUDES CONTRA SEGURADOS
Aposentados e pensionistas do INSS devem ficar atentos para não cair em golpes
Há diversas modalidades aplicadas por golpistas, que podem trazer grandes prejuízos:
Descontos de crédito consignado ou associações
Os descontos podem ser ilegais quando:
– O beneficiário não pediu o empréstimo, mas teve a grana depositada na conta dele
– O segurado não recebeu a grana do empréstimo, mas teve as parcelas descontadas
– Fez e quitou o consignado, mas os descontos no benefício continuam
– O aposentado paga mensalidade para uma organização à qual nunca se associou
O que fazer
– Registre um boletim de ocorrência em uma delegacia
– Vá ao banco, peça extratos e faça uma reclamação formal
– Ligue na Ouvidoria do INSS, no número 135, e, se possível, leve a reclamação por escrito em uma agência
– Se o banco ou a associação não devolver a grana, o segurado pode buscar a JustiçaGolpe da revisão ou do falso precatório
– Associações ou pessoas que se passam por funcionários do INSS entram em contato com segurados prometendo revisões
– Também é oferecida grana de precatórios de processos desconhecidos pelo seguradoComo os golpistas agem
– O aposentado ou pensionista recebe um telefonema dizendo que o segurado tem direito a uma revisão no benefício
– Há golpistas que mandam cartas com número de telefone para que o segurado entre em contato
– Essas pessoas pedem o depósito de um valor para habilitar a revisão ou liberar a grana do precatório
Como evitar
Não é comum que advogados peçam valores para entrar antecipadamente com ações, então, nunca deposite grana com a promessa de ganhar uma revisão
– O INSS não pode abordar segurados dessa maneira, por isso, desconfie do contato se alguém falar em nome do instituto
– Procure a ouvidoria do INSS e registre um boletim de ocorrência na delegacia, caso desconfie se tratar de uma fraudeTome cuidado
– Nunca forneça dados bancários ou de seu benefício por telefone a desconhecidos
– Caso seja abordado, procure opiniões de outros advogados para ver se o direito realmente existe
– Desconfie de quem promete boladas de dinheiro em ações totalmente desconhecidasServidores também são vítimas
– Não são só aposentados e pensionistas do INSS que são vítimas de quadrilhas
– Servidores inativos de estados e prefeituras também podem se dar mal na mão de golpistas
– Ao receber telefonemas ou correspondências prometendo precatórios ou revisões, procure o órgão responsável para confirmar se o contato é real
– Não realize transferência de valores a desconhecidos
Fontes: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), SPPrev (São Paulo Previdência) e advogado Rômulo Saraiva.