O Governo Federal anunciou nesta sexta-feira (14) um plano para transformar o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) em um polo mundial de lançamento de satélites comerciais, abrindo o centro para empresas de tecnologia do mundo todo.
O major brigadeiro da Aeronáutica, Luís Fernando de Aguiar, disse ainda que estão avançadas as negociações com o governo norte-americano para a utilização da base de Alcântara pelos Estados Unidos. Um acordo permitiria que as empresas que utilizam tecnologia americana possam lançar seus foguetes a partir do Maranhão, o que atualmente não acontece por causa de restrições impostas pelos Estados Unidos.
A estimativa do governo é que a exploração comercial do CLA gere uma arrecadação de R$ 140 milhões por ano somente com a taxa de lançamento das empresas que utilizarem a base. O valor representa cinco vezes a média do investimento anual feito pelo no projeto espacial brasileiro nos últimos 10 anos.
“O centro está totalmente preparado. Ao longo dos últimos anos o centro vem mantendo o a sua capacidade por intermédio da modernização de todos os seus sistemas, instalação de novos sistemas, que nós chamamos de radares para fazer o rastreio dos foguetes. As antenas de telemedidas que recebem os dados dos foguetes … das cargas úteis. Enfim, toda a infraestrutura do centro vem sendo continuamente modernizada e modelada para que nós estejamos preparados para executar lançamentos com foguetes de qualquer porte”, declarou o diretor do Centro de Lançamento de Alcântara, Luciano Valentim Rechiuti.
A expectativa do governo é que a exploração comercial do CLA gere recursos que possam acelerar o programa espacial brasileiro e que, em um prazo médio de cinco anos, o Brasil deixe de depender de satélites internacionais, fabricando e lançando os seus próprios. Segundo o gverno federal, para a população isso pode significar redução nos custos de serviços de telefonia e internet. Atualmente, esses e outros serviços dependem de satélites de outros países.
“O programa espacial brasileiro, tendo condições de alavancar lançamentos de satélites nacionais, vai poder baratear os serviços de todos nós brasileiros já utilizamos, como comunicação, imagens, navegação, meteorologia… tudo isso nós utilizamos no Brasil comprando de empresas de fora. O que queremos é que, com um programa robusto para o Brasil, esses preços caiam e a qualidade do serviço aumente”, disse o major brigadeiro Luiz Aguiar, da comissão de sistemas especiais da força aérea.
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA)
O CLA foi fundado em 1983, mas até hoje trouxe poucos resultados práticos para o Brasil. Em 2003, uma explosão durante a preparação para o lançamento de um foguete lançador de satélites deixou 21 mortos na base. Além das vidas, se perdeu o resultado de 20 anos de pesquisa para o lançamento do foguete.
Recentemente, o Brasil tentou um acordo de cooperação com a Ucrânia para a utilização da base para lançamento comercial de satélites. O projeto ‘Ciclone 4’ custou R$ 1 bilhão aos dois países, mas foi abandonado. O fim do acordo foi formalizado em fevereiro deste ano pelo governo brasileiro.