Com a chegada do período chuvoso no Maranhão, a incidência de raios também aumenta. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o território maranhense costuma registrar uma média de 52 raios por km² ao longo do ano, enquanto São Luís registra em torno de 15 raios por km².
O maior predomínio de descargas elétricas traz uma atenção redobrada com a segurança. Segundo o engenheiro eletricista Francisco Soares, uma dica importante é desligar eletrodomésticos.
“Desligar da tomada os equipamentos e evitar manipular qualquer outro equipamento, principalmente celular, que a gente tem a mania de estar falando com ele carregando na tomada”
Ainda segundo Francisco Soares, há risco de fatalidades dependendo do local onde a pessoa está. Praias e campos de futebol são consideradas áreas de extremo risco.
“Num campo ou em uma praia ele [raio] cai no chão. Então não precisa estar debaixo do raio para vir a óbito. Basta que esteja perto. O raio, quando cai no chão, vai se espalhando em ondas concêntricas. O raio, até 20 metros de altura, ele sai procurando um ponto para ser interceptado… uma árvore, uma coluna metálica… e se não tiver nada, a probabilidade de pegar naquela pessoa é muito alta”, explicou.
O engenheiro eletricista também desmistifica mitos e verdades sobre os raios. Por exemplo, ficar dentro do carro protege de descargas elétricas, mas não pode ter contato com a lataria. Por outro lado, é mito achar que subindo em pneu a pessoa está imune aos raios.
“Se você tiver um carro e presenciar um acidente desses ou acontecer com você, a medida mais tranquila é você permanecer no carro. Tem gente que acha que é por causa do pneu. Nada a ver. É um fenômeno chamado Gaiola de Faraday. Em um conjunto metálico oco, toda a energia só fica do lado de fora. Então você do lado de dentro está imune a qualquer energização”, alertou.
De acordo com meteorologistas, no Maranhão já choveu o dobro do que era previsto para este período e até o dia 31 deve vir mais chuva com raios.
“Do que eu me lembro e vejo os dados, eu nunca vi um mês tão chuvoso, principalmente desde o início do mês, no caso dezembro, de ocorrerem chuvas como estão ocorrendo”, afirmou o meteorologista Gunter Reschke.
Ainda segundo acordo com Gunter Reschke, a intensidade das chuvas em dezembro não significa que o período chuvoso de 2019 tenha se antecipado e nem um prenúncio de que as chuvas no ano que vem serão mais intensas.
“A questão é que os sistemas estão bem atuantes e em conjunto, favorecendo assim a ocorrência das chuvas ou um volume maior acentuado das precipitações que vêm ocorrendo nas cidades”, conta o meteorologista.