“OS POLÍTICOS E AS FRALDAS devem, ser trocados de tempos em tempos, e pelo mesmo motivo.” Essa frase, atribuída a Eça de Queiroz, reflete o quadro da corrida pelo poder em plagas tupiniquins. Independentemente de coloração partidária, o cidadão sensato e desapaixonado pode ver que, infelizmente, nunca estivemos em situação mais lastimável em termos de nomes para ocupar o curul republicano. São 13 (ops! Para os supersticiosos não é um bom número) cidadãos que querem, assim dizem, colocar os Brasil nos trilhos do desenvolvimento e da justiça social. São presidenciáveis para todos os gostos. Dos que aparentam seriedade e se dizem capazes de dar um rumo ao país até aqueles que, sem algo melhor para fazer, estão ali para vender a própria imagem e divertir a população (pelo menos a parte mais esclarecida) com as bobagens transmitidas ao vivo e em cores para todo o país. Isso sem contar o presidiário candidato (ou candidato presidiário?) e sua pretensão vazia de voltar ao Planalto Central. Em meio aos embates para formar as coligações (estas, obviamente, visando a interesses futuros) e para a escolha de nomes que completassem as chapas para a presidência e para o senado, o que se viu foi a defesa de interesses, partidários ou pessoais. O país? Eles garantem que suas decisões visam ao melhor para o Brasil. O povo? Ora, o povo é um detalhe irrelevante, mas importante na hora do voto. Sentemo-nos, com paciência, e assistamos a um debate televisivo. Em pouco mais de duas horas, em média, teremos um espetáculo que vai do cômico ao trágico. Discursos vazios, demagógicos, cheios de promessas que apontam para um país quase perfeito, mas que serão esquecidas no minuto seguinte ao resultado das urnas, como sói acontecer. E a questão da ética, do comportamento honesto e ilibado? Algumas excelências, se não estão entre os ficha-suja, têm o dedo queimado. A que ponto Pìndorama chegou! Um grupo de pretensos super-heróis em desenfreada corrida rumo ao poder, dispostos a atropelar quem se lhes puser no caminho. Ante o cenário de desalento que cerca o brasileiro, com educação de má qualidade, gente morrendo nos corredores de hospitais e a ação intensa de bandidos que agem sem medo dos organismos policiais, o que resta ao cidadão comum? Rezar? Não basta! Agora, mais do que nunca, o Brasil precisa da ação da sociedade para, pelo voto consciente, dar ao Brasil a esperança no futuro.
Geraldo Campos é professor, com passagem pela UnB e pela Universidade Católica de Brasília, jornalista e, nas horas vagas, contista (com alguns prêmios). Começou no jornalismo como revisor do Jornal do Brasil e, posteriormente, da revista Manchete. Passou por outros veículos de comunicação entre os quais as Tvs Aratins e Araguaína, no Tocantins, nas quais foi diretor de jornalismo. Tem, no currículo, trabalhos para a editora da UnB, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e a Secretaria de Reforma do Judiciário, entre outros.